O conhecimento científico, como construção humana, não é independente da linguagem em que é apresentado. As palavras não são neutras em relação aos factos; os termos científicos estão de acordo com as diferentes teorias. Toda a forma de conhecimento humano tende a compreender e a explicar ideias ou fenómenos atribuindo-lhes propriedades que pertencem a um domínio diferente. Por isso, desempenhando a metáfora um papel na inovação e extensão do pensamento, é de admitir que tenha um lugar central no pensamento científico. A filosofia da ciência e a filosofia da linguagem têm vindo a advogar a importância da metáfora no contexto da descoberta, elaboração e comunicação da ciência. A função heurística da metáfora na elaboração de hipóteses e na orientação de procedimentos experimentais tem sido salientada, bem como o seu papel no desenvolvimento e inovação das teorias científicas, reconhecendo-se a sua dimensão cognitiva. A análise da linguagem de uma disciplina científica – a genética – ilustra estas perspectivas teóricas. O discurso da genética está impregnado de muitas expressões metafóricas, apropriadas das linguagens da teoria de informação, cibernética e linguística e que, sendo constitutivas da explicação teórica, se revelaram produtivas para o desenvolvimento do conhecimento científico.
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