Revelação precoce em revista e em livro, José Valle de Figueiredo (n. 1942) parte com As Cinco Regras do Equilíbrio (1959) para sua demanda a um tempo espiritual e estética. De afinidades formais com tendências então apenas emergentes na poesia portuguesa, o seu discurso lírico surge logo com discreta tensão cognitiva e velado horizonte transcendente que o haveriam de distinguir perante as hegemonias neoformalistas dos anos 60. De facto, a obra de José Valle de Figueiredo revelar-se-á composição anagramática de poesia sófica e desenvolver-se-á como exercício ritual do verbo sob o signo de esoterismo cristão e lusíada.Fiel aos princípios de teoria intelectualista da criação literária e da modernidade estética pós-baudelairiana, a poesia de José Valle de Figueiredo mostra-se tão atenta à lição de Ezra Pound e às experiências vanguardistas europeias e brasileiras (difundidas em Portugal pela revista Tempo Presente e por outros focos de Neomodernismo) como afecta às relações intertextuais com Sá de Miranda e Camões - que, aliás, favorecem as sugestões de linhagem de poesia de Conhecimento e de afirmação pátria na História. E, assim, «O espanto vigia / a terna amargura / de inventar outro dia». (...).
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