Este livro fala de um gesto profético, de um abraço que uniu o papa Francisco, o líder islâmico Omar Abboud e o rabino Abraham Skorka diante do Muro das Lamentações, em Jerusalém. Esse gesto espontâneo e genuíno é motivo para uma conversa com dois dos intervenientes: o líder muçulmano e o rabino. E é o rabino Abraham Skorka quem nos desvela o sentido do que se passou ali: «Eu dizia-lhe [a Bergoglio] que o seu programa era o do profeta, não o do político. Ele concordava. Nunca mudou de atitude, nunca abandonou o seu léxico.»O gesto diante do muro é motivo para abordar muitos temas que ligam os três intervenientes. Contudo, há dois que urgem inegavelmente: a paz no Médio Oriente e o diálogo inter-religiosos entre os crentes da grande família abraâmica.O gesto dos três amigos foi seguido do convite do Papa aos dois presidentes dos territórios que visitava, Israel e Palestina: «Vinde rezar [pela paz] a minha casa.» Surpreendentemente, esse convite foi aceite pelos dois chefes de Estado, tendo-se reunido no dia 8 de junho de 2014 no Vaticano. «Quando os povos da região - afirma Abraham Skorka - estiverem dispostos a aceitar o desafio de mudar as suas culturas para construir uma realidade nova, começará a delinear-se o caminho da paz.» «O martelo - continua Omar Abboud - pode ser usado para construir ou para destruir. O mesmo livro sagrado pode ser lido para construir o amor, e pode ser usado para construir a guerra. A diferença é estabelecida pelo homem e pelo seu modo de se colocar diante dos outros.»Tendo um pai comum, as diferentes religiões abraâmicas têm o «dever» de se entenderem. «O maior desafio [do diálogo inter-religioso] - lança Omar Abboud -, às vezes, não é sentarmo-nos com aqueles que praticam uma religião diferente, mas convencer aqueles que praticam a nossa.» «Séculos de mal-entendidos e de disputas inúteis - completa Abraham Skorka - escavaram abismos entre as três comunidades de fé, as quais, no dramático presente, devem multiplicar os esforços por ultrapassar obscuras heranças de soberba, que os impedem de servir a Deus de forma coerente com a proposta bíblica à qual declaram aderir: o serviço do Criador só pode começar mediante o respeito pelo próximo.» É esse o apelo dramático do Papa: «Queridos irmãos, queridos amigos, deste lugar santo lanço um angustiado apelo a todas as pessoas e comunidades que se reconhecem em Abraão: respeitemo-nos e amemo-nos uns aos outros como irmãos e irmãs!»Com uma introdução do próprio Antonio Spadaro, o livro é constituído pelas entrevistas a Omar Abboud e Abraham Skorka, seguidas de alguns dos discursos feitos pelo papa Francisco na sua peregrinação à Terra Santa. E no final, um pequeno lembrete dos factos, ou seja, um breve relato de como se desenrolou a visita-peregrinação do Santo Padre a Israel e à Palestina e, depois, o encontro de oração pela paz no Vaticano.
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