«Pobre país, dirão os portugueses mais atentos. O futuro que se lhes apresenta não será nada brilhante. É preciso que os portugueses tomem consciência disso e ajam em conformidade. Já que não podemos mudar o Mundo nem sequer a Europa, sejamos ao menos capazes de mudar Portugal.»«O livro que ora vos apresento representa a compilação de artigos diversos e outros escritos publicados nos anos de 2011 e 2012 em jornais e revistas portugueses e estrangeiras. Foram anos de aprofundamento da crise europeia e nacional, ainda não resolvida, bem pelo contrário.[…] A democracia - no plano europeu e nacional , considerada um dos fundamentos essenciais do projeto europeu, bem como os Direitos do Homem e os Estados Sociais começaram a ser conceitos e valores cada vez menos seguidos e respeitados. Porque, como se sabe, a crise financeira, dando a prioridade aos mercados, pôs o dinheiro acima das pessoas, como supremo valor.[…] A verdade é que Portugal - ao fim de um ano de governo - não parece estar nada bem. Tenho-o dito e repetido, com sentido de objetividade e independência. Está demonstrado que as políticas de austeridade, que têm vindo a ser impostas, só nos podem levar a um desastre. Como o aumento impressionante do desemprego, a recessão económica, a ruína da classe média, o empobrecimento geral do país e o rigor economicista do Governo, para o qual o que conta é a ideologia neoliberal.[…] Tornou-se urgente não desanimar e saber lutar pelas causas nobres. Ora o projeto europeu é uma dessas causas. Estamos a precisar, como de pão para a boca, de uma revolução pacífica e de um salto em frente da União Europeia. É necessário que os europeus compreendam que têm de reagir coletiva, pacífica e solidariamente, para que a União Europeia se desenvolva e ultrapasse esta crise terrível do capitalismo de casino.».Do Prefácio
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