Construindo uma perspectiva histórica sobre a emergência da oncologia enquanto novo domínio científico, esta obra aborda a intervenção daqueles que estruturaram a luta anticancerosa e o modelo organizativo que perfilharam, colocando em evidência não só as singularidades do caso português, mas também as relações entretanto desenvolvidas entre os meios científico e social. Centrada no período compreendido entre 1839 e 1974, a pesquisa debruçou-se sobre a análise de documentação de natureza médica e legislativa, se bem que o fulcro da investigação tenha tido por base a análise sistemática de um conjunto seleccionado de colecções completas de vários periódicos médicos especializados. Inserida entre uma especialização médica em processo de afirmação e as necessidades assistenciais, a luta contra o cancro resultou da conjugação de uma série de factores que ultrapassam a mera assimilação de novas tecnologias ou até a criação de um espaço próprio para a prática da oncologia. Tornou-se sobretudo num meio para realizar um trabalho intenso de educação para a saúde, num instrumento de ponta na formação especializada e numa referência de modernidade científica no contexto do Estado Novo.
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