Estudo muito completo sobre o primeiro modernismo português, abordando não só a Geracão do Orpheu como os poetas que os influenciaram como Cesário Verde e Camilo Pessanha."O primeiro modernismo português resume-se afinal ao grupo do Orpheu, isto é, ao grupo que em Portugal antes de todos aceitou e assumiu certas caracteristicas de afrontamento da herança cultural do realismo, do naturalismo, do neo-romantismo ou do Lusitanismo saudosista. (...)Que poetas e artistas o constituem? Se folhearmos os dois números publicados do Orpheu, bem como o terceiro número, que estava em provas, só recentemente reeditado; se percorrermos as páginas das revistas posteriores suas herdeiras, como o Exílio (1916), o Centauro (1916), o Portugal Futurista (1917), a Contemporânea (iniciada em 1922) ou a Revista Portuguesa (1923); ou se estudarmos a obra de outros intelectuais das mesmas esferas de influência - deparam-se-nos efectivamente dois grupos de escritores e artistas.De um lado os que, muito ligados ainda ao neo-romantismo, ao saudosismo ou ao simbolismo, surgem no movimento por companheirismo geracional e pela solidariedade dos cafés lisboetas. Do outro, os verdadeiramente inovadores, no conteúdo e na forma.Já tem sido notado por críticos e historiadores da literatura o hibridismo do movimento órfico: o simbolismo e o decadentismo constituem importantes linhas de força e delas não são completamente independentes os mais modernistas, como Sá-Carneiro ou Pessoa; ao seu lado, porém, irrompem poesias, desenhos, colagens e um grafismo que podem ser considerados francamente como inovadores, dentro do eixo crónico 1910-1920. Ora, àquela sensibilidade e àquela estética, muito mais do que à modernista, pertencem poetas como Luis de Montalvor, (...) Camilo Pessanha, Alberto Osório de Castro, o próprio Ângelo de Lima, etc., etc.Daqui se depreende ter sido no fim de contas restrito o subgrupo efectivamente modernista ou vanguardista que animou o movimento do Orpheu, entendendo-c no amplo sentido e incluindo pois a já citada sucessão dos seus órgãos, culminando com a Contemporânea, dirigida por José Pacheco ou José Pacheko (como então gostava deassinar), que fora o orientador gráfico da revista-matriz, de 19155; resume-se ele, quanto a nós, a sete personalidades: as de Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor, Amadeo de Souza-Cardoso, José Pacheco e António Ferro."
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