Se a clivagem entre monárquicos e republicanos era, a nível da imprensa, aparentemente insanável, também os próprios monárquicos se combatiam. Na cidade as acusações não passavam da guerra de caneta, mas nos arredores tornavam-se usuais os distúrbios motivados por vinganças entre os diferentes caciques locais, sobretudo nas feiras ou em festas de arraial, digladiando-se o Leiriense e o Distrito de Leiria nas acusações das causas dos motins e da sua repressão, sendo comum que tanto dirigentes monárquicos oposicionistas, como republicanos se envolvessem entre si e todos contra as forças no poder.Já na Marinha Grande, os problemas ganhavam uma outra dimensão. a crise continuada na Real Fábrica de Vidros, o desemprego, a falta de pagamentos e a fome, criavam ali uma situação verdadeiramente dramática e explosiva. As acções humanitárias, por iniciativa de monárquicos e republicanos, para além de boas vontades sinceras, motivavam ora apelos, ora críticas ao Governo.A este propósito, o Leiria Ilustrada denunciava as conesias rendosas e traficâncias várias dos regeneradores no poder, aproveitando para apelidar o Districto… como um dos órgãos mais reaccionários do País.
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