Composto por dois maxi-contos (ou duas mini-novelas, consoante a perspectiva e/ou tara), "Armai-vos uns aos outros" apresenta-nos uma galeria dos espelhos e das deformidades, dos tiques e dos clichés da irrelevância humana.
Em "Die, Cabrón!", o mirabolante FUC - nome artístico de Felisberto Urbano da Conceição - prova ser o melhor detective bibliográfico, porque único, que há por estas bandas. Empenhado em descobrir o assassino de Rute Vinhas T., a modelo mais badalada do momento, FUC resvala, sem saber como, para o submundo da moda, em que a masculinidade só não é um bem em vias de extinção, porque já desapareceu há muito. Do crítico de costumes Charles C. Astro ao par de bimbas culturais Barbara F. e Catarina G, o que fica é um retrato sórdido, e frequentemente mal-cheiroso, do panorama scripto-áudio-pseudo-visual dos dias de hoje.
Já em "Crítica da ração pura", o narrador desnuda a vida do fiel secretário particular de Immanuel Kant, Hans Serôdio de seu nome, cujo pensamento pode ser sintetizado à seguinte máxima: "Existirá vida depois da morte? E se existir será que poderemos levar os nossos chinelos favoritos?". Enquanto serve com dedicação os caprichos do Mestre e constata a sua loucura crescente, Hans escreve uma obra paralela àquela que cedeu fama mortal ao filósofo de Konigsbger: "Crítica da ração pura".
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