A violência continua presente nos diferentes segmentos sociais dos centros urbanos. Que fator tem sido deixado de lado quando se analisa o crescimento dos índices de violência? Mesmo que a violência esteja mais presente entre os mais pobres, negros e semi-alfabetizados, ela não se limita a estes segmentos. Os ricos, brancos e pós-graduados também estão expostos a ela do mesmo modo. Contudo, existe um fator comum que une pobres, ricos, brancos e negros. A violência cresce e mata mais os homens do que mulheres. Estes homens morrem em acidentes de trânsito, homicídios e suicídios. Então por que as campanhas contra a violência são elaboradas sem o perfil definido por estes dados estatísticos? E por que são os homens que mais se envolvem com ela? Sócrates Nolasco parte destas perguntas para desenvolver um trabalho original. Primeiramente, procura identificar quais são os fatores que fazem com que o rosto da violência seja o dos homens. Para isto, elabora uma análise em diferentes períodos da história do Ocidente, observando as mudanças ocorridas na representação masculina por intermédio da figura do herói. Os resultados de sua pesquisa revelam ao leitor que com o advento do individualismo moderno se inicia um percurso de decadência da representação social masculina nas culturas do Ocidente. Este percurso é monitorado através de diferentes heróis. Ele analisa o status de Ulisses e de Parcifal frente ao de Dom Quixote e Dom Juan, chegando até Homer Simpson. A violência é vista pelo autor segundo dois planos distintos. Em um deles considera a violência como expressão do esforço que o indivíduo realiza para vencer esta decadência e se diferenciar da banalização na qual a representação social masculina se vê mergulhada. No outro, considera esta decadência como uma violência necessária para a promoção do ideário individualista moderno que se estende aos dias de hoje, chegando até os discursos de minoria. Tipos como os skinheads, pitboys e policiais são analisados pelo autor, que procura pensá-los como herdeiros deste processo de decadência. Dentre as conclusões do livro cabe um destaque para as seguintes: o herói masculino contemporâneo nada tem em comum com o herói tradicional. Além de cocho e sem vigor é politicamente incorreto. Este fato predispõe a emergência de situações de violência; este herói contemporâneo é um personagem necessário para o cenário das sociedades reguladas pelo politicamente correto; as mortes por causas externas de jovens do sexo masculino com idade entre 15 e 19 anos é uma conseqüência do processo de decadência da masculinidade; a representação masculina que entra em decadência vertical é a do homem, branco, heterossexual.
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