"O futuro era um casino e toda a gente jogava, e toda a gente esperava ganhar.", diz-se a determinada altura em "Fúria", o novo romance de Salman Rushdie. Mas num casino perde-se mais do que se ganha. E é o que aqui acontece, neste romance que prenuncia o declínio e queda de uma civilização que, as passos largos, caminha para o abismo. Uma civilização desumanizada, onde as pessoas parecem brinquedos ou autómatos. Onde os brinquedos propriamente ditos ganham autonomia através da publicidade e da fama, como acontece com as bonecas de Malik Solanka, personagem principal do romance, um indiano que troca Londres por Nova Iorque e se torna famoso, ele e as suas bonecas, pela televisão. Bonecas sobre as quais ele próprio perderá o controle. A criatura escapa ao criador.Ao ser lançado pouco antes dos trágicos acontecimentos do 11 de Setembro, "Fúria" tomou uma nova dimensão com eles. "É o último romance do séc. XX. O próprio Rushdie diz que o século XXI começou com o derrube das torres do World Trade Center. 'Fúria' é a história da capital do império a 10 de Setembro de 2001, um dia antes de o mundo acabar." (Carlos Vaz Marques, Ler, nº 54)"A 'Fúria', de Salman Rushdie, é, portanto, a da grande metrópole que todos nós pisamos. Mas ele não é nada brando na descrição que faz desta América em crescimento económico exponencial, seguríssima de si, desta 'América-Centro Comercial de orçamento equilibrado, défice baixo e acções no bolso'."Sara Belo-Luís, Visão"É como se a fábula de Pinóquio ganhasse um tom negro, ameaçador, apocalíptico. A criatura revolta-se contra o criador. As bonecas de Malik Solanka conspiram para o destruir. No novo romance de Salman Rushdie, o primeiro desde que se mudou para Nova Iorque, há um ambiente de ameaça permanente."Carlos Vaz Marques, Ler, nº 54
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