Uma ousada reinterpretação dos Evangelhos à luz das especulações históricas e mitológicas do autor. O Jesus que protagoniza o livro é um carismático reformador religioso, sábio e poeta, defensor de um austero judaísmo, que se opõe ao legalismo das autoridades do Templo e à opressão da Roma imperial. É um Jesus profundamente humano, embora marcado por uma realeza sagrada, que se confronta com inimigos externos e se enreda em dúvidas íntimas. Esta visão, audaciosa para o tempo, renega totalmente, entre outros dogmas, a doutrina da Imaculada Conceição. A tese fascinante do autor é a seguinte: Jesus era filho de Antipater, que por sua vez era o filho mais velho do rei Herodes e de Doris (sua primeira mulher). Por isso, Jesus poderia reclamar o direito ao trono judaico segundo as leis romanas (sendo o único filho do filho primogénito de Herodes).Segundo o autor, os judeus da antiguidade seguiam uma descendência matrilinear, segundo a qual os reis judeus governavam casando com uma princesa da casa governante. Assim, um rei judeu no tempo de Jesus poderia reclamar o direito ao trono através do casamento com uma princesa da casa de Mical. Maria, mãe de Jesus, era descendente da casa de Mical, por descendência matrilinear.Daqui se deduz que, à luz das leis Romana e Judaica, Jesus era de facto o verdadeiro rei judeu. A imensa destreza narrativa de Robert Graves associada à sua grandeza de investigador e académico conjugam-se para a criação de um dos melhores romances sobre a vida de Jesus.
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