A Civilização da Europa das Luzes propôs uma visão do espaço e da vida humana radicalmente diferente da de “A Civilização da Europa Clássica”. Desde logo porque o séc. XVIII aparece aqui como uma fonte da história contemporânea; ele prepara, por assim dizer, a Europa da comunicação, com a população já parcialmente alfabetizada, e propõe as condições prévias a mutação do crescimento. Pierre Chaunu estuda aqui essa nova capacidade de pensar sobre as coisas, a economia, o enquadramento da vida, a estética. A história quantitativa aflora já, pela análise do conteúdo, a semântica e a imagem, o essencial que comanda o econômico (e não já o contrário), quer dizer, o afetivo, o mental, a aquisição e a transmissão do conhecimento. Esta Europa entende-se já como uma gigantesca frente de aculturação, um pouco a imagem que hoje nos propõe a antropologia cultural dos outros continentes, entre as longas memórias da civilização escrita e o setor rígido da transmissão tradicional por ver fazer e ouvir dizer.
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