Finalmente, perto das nove horas, a criada de quarto entrou com um bilhete, que o médico quase lhe arrebatou das mãos. Era a letra de Marie-Claude! Primeiro respirou... A certeza de que estava viva, de que nada lhe tinha acontecido, quando essa in- sólita demora o havia feito supor e recear o pior, libertou-lhe o peito dum peso enorme, esmaga- dor. No entanto, ao abrir o sobrescrito, os dedos tremiam-lhe, enquanto a senhora Joranne abandonou o trabalho no regaço e voltou para o filho um olhar interrogador. Viu-o percorrer rapidamente com os olhos as poucas linhas escritas e, pela onda de sangue que de repente lhe coloriu as faces pálidas, compreendeu que continha algo de grave. - Então? murmurou, ansiosa. Com um movimento violento, André amarfanhou o pequeno papel. Oh!, como tudo isto é aborrecido! --exclamou. A senhora Joranne agarrou por sua vez no bilhete e leu-o. A mão febril de Marie-Claude manejara a pena com tal nervo- sismo que chegara a rasgar o papel em diversos pontos. Eis o que escrevera: «André, não quero tornar a ver-te. Podes considerar-te livre. Nunca mais rea- parecerei na tua vida. A minha resolução é irrevogável. Marie- -Claude.»
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