A Colecção Ephemera revela pela primeira vez a todos os leitores os primeiros boletins semanais de cortes à imprensa produzidos durante a Ditadura Militar, ainda antes da instauração do Estado Novo. Ao analisar os boletins de censura produzidos pela Direcção dos Serviços de Censura à Imprensa a partir de Março de 1932, alcançamos agora uma nova interpretação — mais profunda e rigorosa — da vida social, política e económica do país num momento em que a vitória do futuro regime era tudo menos incontestada.«A 1 de julho de 1926 sai a primeira diretiva de censura à imprensa da Ditadura Militar: devem ser cortadas ‘todas as notícias, artigos e comunicados que se refiram a movimentos, qualquer que seja a sua característica, notícias que possam ser consideradas alarmantes e injustas aos membros do governo e funcionários desempenhando altos cargos’; todos ‘os assuntos que contenham matéria política e noticiário de acontecimentos que se refiram à ordem pública’, sendo dispensado ‘de remessa à censura todo o noticiário vulgar, como, por exemplo, notícias do estrangeiro, ecos da sociedade, anúncios, falecimentos e artigos doutrinários’ que não contrariem as disposições anteriores.»Censura: A construção de uma arma política do Estado Novo vem mostrar como a Ditadura Militar portuguesa (1926-1933) construiu as condições para um procedimento burocrático que moldou de forma indelével a acção política, e que deturpou absolutamente o papel da imprensa na sociedade, tornando a censura o meio de propaganda mais abrangente e eficaz na edificação do Estado autoritário.
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