José de Lemos (Lisboa, 1910-1995) é um caso à parte na multidão de génios da ilustração portuguesa do século XX. O seu traço modernista, de altos contrastes, não terá mestre nem discípulos. A literatura para crianças e o vespertino Diário Popular marcarão a sua vida e obra. Sob o signo do absurdo, sua criação literária e gráfica para crianças cristaliza-se em livros da editora Ática, ao longo dos anos quarenta e cinquenta, negando o naturalismo, a paródia cartoonesca e os valores morais e pedagógicos do Estado Novo.Cumprirá integralmente os 49 anos do Diário Popular, cujo primeiro número se publica em setembro de 1942. Lemos ilustra generosamente todo o jornal, mas dois suplementos, o Volta ao Mundo e o Sábado Popular, criados nos anos 50, revelarão a excelência da obra gráfica do artista, em ilustrações a tinta-da-china ou guache, aos quais aplicará tramas fotomecânicas coloridas.Riso Amarelo, a mais célebre rubrica de Lemos, aparece em 1965 e acompanhará o jornal até à derradeira saída das rotativas, em 28 de setembro de 1991. O Riso será o retrato lisboeta do país e do conformismo cívico dos últimos anos da ditadura. a sua interminável galeria de tipos humanos vale um ensaio antropológico e social, num diálogo magistral entre a linha e a mancha.
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