A obra de Jorge Amado, já tão pródiga em figuras femininas, desde Gabriela a Tereza Batista, passando por Dona Flor, enriquece-se agora com mais uma, de cuja índole o leitor ajuizará pelas páginas deste livro. Chama-se Tieta, e Jorge Amado foi arrancá-la ao Agreste, onde era pastora de cabras, e trouxe-a para este melodramático folhetim, onde a faz viver, perante os nossos olhos, a vida trepidante em que se lhe traduziu a seiva impetuosa que trazia do povo. Não é por culpa sua que Tieta se vê envolvida nos dramas e nas contradições deste nosso mundo, dramas e contradições onde há tanto de trágico como de grotesco. Não é por culpa sua, nem por culpa do autor, que daí lava as suas mãos. O mundo é que é, e o escriba limita-se a narrar o que lhe contaram, prevenindo desde logo que não assume qualquer responsabilidade… Mas não deixa de convidar o leitor a tomar posição e a elucidá-lo, se disso for capaz…
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