Na surpresa de uma curva, o deslumbramento. Tão forte que as lágrimas deveriam romper clandestinamente no mais fundo dos olhos. Este lugar é uma enseada, enseada amena, a enseada de Guesclin. Em frente uma pequena ilha, com árvores, uma casa à proa, muralhas, janelas pequenas, e, no topo, uma grande janela branca e fechada — uma moldura de silêncio. Enquanto houver ilhas, os homens continuarão a ser reis como os reis que o foram outrora. Reis inúteis, mas soberanos, imensos, sumptuosos, cobertos pelo manto nocturno das águas. Dinastias arrogantemente supérfluas. Diademas, ceptros, flores venenosas. Se eu tivesse uma ilha, os meus amigos chegavam em barcaças, cantavam baladas de marinheiros, bebiam cidra, deitavam-se com a boca salgada, faziam amor e adormeciam. Na falta de uma ilha, um livro.
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