Em 1961, o vice-presidente João Goulart tornou-se o primeiro líder latino-americano a visitar a China comunista. Como consequência da viagem, foi assinado um acordo que resultou na vinda de nove chineses ao Brasil. A prisão dos orientais, em 1964, serviu como uma das justificativas para o regime militar implantar o Ato Institucional nº 1 e interromper o diálogo entre os dois países, que só foi retomado 10 anos depois por iniciativa do presidente Ernesto Geisel.Nas conversas entre o presidente e o seu chanceler, Azeredo da Silveira, o caso aparecia como um “contencioso jurídico” que deveria ser resolvido para que a reaproximação pudesse ser completa. O estabelecimento das relações diplomáticas foi assinado em 15 de agosto de 1974, mas o assunto ficou em aberto. Na ocasião, os chineses deixaram com o Brasil a decisão de resolver a pendência.A história dos nove chineses ficou esquecida até a publicação da primeira edição deste livro, em 2014, considerado pelo jornalista Elio Gaspari como “um magnífico trabalho de pesquisa histórica”. Na época, o caso foi investigado pela Comissão Nacional da Verdade, mas novamente não houve nenhum empenho das autoridades para solucioná-lo definitivamente.Sessenta anos depois da prisão e no cinquentenário daquele acordo histórico, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania aprovou, em 2 de abril de 2024, a anistia aos nove chineses e, em nome do Estado brasileiro, finalmente, anunciou que irá pedir desculpas oficiais à China pelo crime. Restam agora a anulação do processo no Supremo Tribunal Militar (STM), suspenso desde 1965, e a devolução do dinheiro e bens do grupo apreendidos na época, e nunca devolvidos.
EM PORTUGUÊS DO BRASIL.
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