Escritor multifacetado Pedro de Alarcón deixou obras teatrais, poesia, contos, romance e crónicas. Acima de tudo, foi-lhe reconhecido a característica de hábil narrador, nunca deixando cair a acção e tensão nos seus livros, enquadrados por uma visão romântica expressa na construção das personagens e na capacidade descritiva. A temática sociopolítica liberal foi dando lugar a uma visão conservadora e moralista. Escreveu uma série de contos, muitos deles publicados em jornais e revistas, destacando-se O Amigo da Morte, datado de 1852, e seleccionado por Borges para integrar a colecção «A BIBLIOTECA DE BABEL», agora publicada pela Presença. Retirado da colectânea Narraciones Inverosimiles, de 1882, O Amigo da Morte inclui dois contos fantásticos. O primeiro, conta-nos o percurso de Gil, filho do conde Rionuevo e de Cristina Lopez, morta no parto, que conhece uma vida de luxo e que o levará a conhecer a filha do duque de Monteclaro, por quem se apaixona. O seu pai adoptivo, Juan Gil, sapateiro de profissão, morrerá, e Gil, perseguido pela condessa, será obrigado a continuar o seu ofício. Em desespero e doente, pensa em suicidar-se quando, porém, recebe uma estranha visita de alguém que, nem homem nem mulher, o trata por «amigo», se apresenta como a Morte e lhe oferece os seus serviços.
No segundo conto, intitulado A Mulher Alta, o terror é o tema dominante. Uma mulher alta, ossuda e desdentada, faz aparições a Telesforo, um engenheiro de obras públicas, espalhando o medo e amaldiçoando a sua vida e a de um amigo, que após a morte de Telesforo, se cruza com esta assustadora e enigmática mulher. Um final dantesco, cobrem estas páginas de emoção imprimindo à leitura, desde as primeiras páginas, uma vertigem alucinante.
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