Este livro é um cais de partida para viagens por sonoridades que nos ecoam desde os tempos em que Pedro Álvares Cabral aportou na baía Cabrália e as buzinas dos índios Tupiniquim se cruzaram com as trombetas dos navegadores portugueses. Teremos ressonâncias do Brasil musical dos tempos coloniais e do Império. Iremos ao encontro de danças a musicalidades africanas em diferentes latitudes e paragens. Andaremos na peugada do rasga, da umbigada, de lundús e landús. Veremos que os instrumentos musicais são intérpretes de diferentes apropriações e crições culturais, como acontece com a viola caipira. Perceberemos que a própria linguagem caipira expressa uma tensão de relações de poder que se traduz numa dança de vogais e consoantes ou mesmo em expressividades feitas de silêncios. Não deixaremos de atentar em novas identificações locais que se recriam sob o signo da globalização, como acontece com o rap ou a música evangélica cigana. Exploraremos imaginários sociais (como os do samba e do fado) e a relação da escuta com as ressonâncias da alteridade. Estas são algumas das rotas de viagem que este livro propõe, sem esquecer as que resultam da investigação em rede, via Internet.
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