Este primeiro dicionário hindi-português-hindi insere-se numa longa série de projectos de origem portuguesa incidentes sobre as línguas da Ásia do Sul, empreendidos desde o estabelecimento de contactos directos entre Portugal e a região, em finais do séc. XV, e que incluem, em primeiro lugar, listas de vocábulos ou dicionários e gramáticas. (…) Tendo em consideração a diferente orientação deste trabalho, ele apresenta se, portanto, mais próximo do trabalho académico sobre a Índia, realizado pelos orientalistas portugueses do Curso Superior de Letras e da posterior FLUL, que se dedicaram ao estudo da mesma, nomeadamente, o Professor Guilherme de Vasconcelos Abreu, que inaugurou, no ano lectivo de 1877-78, a cadeira de Língua e Literatura Sânscrita, Védica e Clássica, e o Professor Sebastião Rodolfo Dalgado, que lhe sucedeu na docência após o seu falecimento em 1907. Em termos de demonstração de interesse do estudo das línguas indianas em Portugal, este dicionário é uma clara sequela de várias obras dos dois, tais como o Curso de Literatura e Língua Sânscrita, Clássica e Védica, em quatro tomos, publicados entre 1881 e 1898, da autoria de Vasconcelos Abreu, e os Diccionario Ko¿kan¿^-Portuguez e Diccionario Portuguez- Ko¿kan¿^, redigidos por Dalgado e publicados em 1893 e 1905, respectivamente. Esta obra não é, no entanto, um simples caso de continuidade, sendo que, aliás, as motivações de construção imperial que operavam ao tempo dos dois autores já não se verificam. Trata-se de um esforço que se enquadra no crescente interesse nos Estudos Asiáticos e nos Estudos da Ásia do Sul, a nível global, e, muito especificamente, num projecto de afirmação destas áreas na FLUL, o qual se tem vindo a desenvolver sobretudo desde finais da primeira década de 2000.[do Prefácio, de António Eduardo Hawthorne Barrento]
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