A obra multifacetada de Max Weber oferece-nos, pela profundidade das perspectivas que abre sobre o mundo contemporâneo e pela intensidade dos conflitos que desvenda, uma interpretação exemplar da modernidade confrontada com as tendências contraditórias do seu devir. Em relação a estas últimas, Weber terá sido mesmo o primeiro a sublinhar que o capitalismo moderno tem necessidade, para funcionar, de uma cultura que, por outro lado, se obstina em destruir. O presente estudo parte da convicção, partilhada com relevantes investigadores hodiernos da obra de Weber, de que a interrogação do pensador alemão sobre os paradoxos da racionalização, de que o Ocidente foi o epicentro mas que hoje se estendem à dimensão do planeta, será porventura a melhor chave para um diagnóstico filosófico, científico e culturalmente informado do nosso tempo. Assumindo-se, assim, como um contributo mais, entre muitos outros, para o «segundo renascimento» de Max Weber a que nos nossos dias se assiste pelo mundo inteiro, pretende ainda este trabalho contribuir, entre nós, para a tão necessária renovação e para o aprofundamento crítico dos estudos weberianos.
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