Século XVIII: O século XVIII não deve ser visto como uma antecâmara do moderno crescimento económico, o que no caso português tem, ainda para mais, pouco sentido. Porém, não se pode igualmente deixar de considerar estudos recentes que destacam a existência de grupos de países que no início do processo de industrialização já tinham disparidades importantes entre os seus níveis de rendimento. Sendo assim, a compreensão da evolução económica ao longo do século XVIII - nomeadamente do sector agrário, responsável pela criação de mais riqueza e que empregava mais mão-de-obra - é indispensável para entender o momento, as condições e os motivos para a criação de tais distâncias no nível de desenvolvimento dos países europeus. Desta forma se recuperam como agenda de investigação histórica as preocupações com o «progresso e a decadência» dos diferentes estados europeus, tema candente do discurso político e doutrinário da segunda metade do século XVIII. Pelo leque de temas que cobre, pelas conclusões e hipóteses interpretativas que lança, este primeiro volume da história Económica de Portugal torna possível considerar o período setecentista numa nova perspectiva Século XIX: A reunião das condições que propiciaram a entrada na era do crescimento económico moderno no século XIX não estava ao alcance da maioria dos países europeus. Em vésperas da primeira guerra mundial era ainda muito restrito - e geograficamente concentrado - o círculo de estados que haviam conseguido franquear o umbral do desenvolvimento económico. Outros pareciam dar os primeiros passos nessa direcção, outros ainda ficavam decididamente para trás. Na própria época, estas mesmas disparidades de desenvolvimento suscitaram reflexões de diferentes agentes sociais. Em Portugal, o tema do atraso económico - articulado com o velho mito da decadência nacional - ocupou duradouramente políticos e intelectuais. Em virtude das suas aspirações a um país mais desenvolvido, legaram um problema à historiografia: por que razão não entrou Portugal no exclusivo clube dos países europeus que então se industrializaram rapidamente? Ao invés, a história económica comparativa mais recente sugere outra perspectiva. Trata-se de saber se, à luz do comportamento de países que pertencem à mesma região geográfica de Portugal, ou que com ele partilham característica económicas e sociais, seria legítimo esperar um crescimento mais forte e, portanto, um menor atraso.(Da introdução) Século XX: A economia portuguesa chegou ao fim do século XX com atrasos evidentes na dotação de infra-estruturas económicas e sociais e nos níveis de capital humano e de desenvolvimento tecnológico. Mas a economia portuguesa chegou também ao fim do século XX com uma experiência acumulada de desenvolvimento institucional e de concorrência nos mercados externos. Essa experiência será fundamental para acompanhar as mais recentes alterações na economia internacional pautadas pela ascensão nos sectores dos serviços. O desenvolvimento institucional e a política económica terão de liderar esse processo e é aqui que porventura mais dificuldades se farão sentir: A boa condução da política económica exige que se pense nos problemas de forma global e que intervenha de forma localizada. Não basta concluir que falta modernização institucional, embora essa conclusão seja importante. É também necessário fazer um esforço que nos indique quais os estímulos que levam a que essas transformações ocorram. A leitura dos três volumes desta obra é uma ajuda fundamental para pensar globalmente os problemas económicos portugueses. A escolha das vias para alcançar as mudanças necessárias depende da nossa leitura política
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