“Meu primeiro encontro com Oscar Wilde foi um assombro. Eu nunca havia ouvido um homem falar através de frases perfeitas, como se as tivesse escrito laboriosamente durante a noite, e ainda assim espontâneas. [...] Acredito que ele pareceu para nós, perplexos como éramos por razão da juventude ou da fraqueza, uma figura triunfante, e para alguns de nós uma figura de outra época, um audacioso italiano do século XV.” ― William Buttler Yeats, Autobiography Com trajes exuberantes, modos refinados e discurso portentoso, Oscar Wilde maravilhou seus contemporâneos e continua a fazê-lo com leitores de todas as épocas. A vida polêmica e a linguagem sofisticada com que fabricava seus escritos fizeram do escritor irlandês uma figura notável. Essa confluência entre persona e obra se encontra na carta De profundis, escrita pelo autor enquanto estava encarcerado. Intitulada “Das profundezas”, a epístola é dirigida a Bosie, jovem da aristocracia britânica de quem Wilde se tornou amante. Clássico das “cartas escritas mas nunca enviadas”, a missiva só teria sido lida pelo destinatário quando de sua publicação, mas permanece até hoje como um testemunho da vida de um dos mais importantes autores da literatura mundial.
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