Este é o terceiro livro de poesia de Maria do Rosário Pedreira (houve ainda um primeiro publicado sob pseudónimo), também romancista (Alguns Homens, Duas Mulheres e Eu, e A Ilha do Paraíso), tradutora e autora de vários livros para a infância e juventude. "O livro de Maria do Rosário Pedreira constitui-se com um quarteto, dividido em Os Nomes Inúteis, Os Nomes Interditos, Os Nomes de Família e Nenhum Nome Depois. Um nome ou uma voz podem expressar-se em diferentes tempos e espaços, mas nesta obra dir-se-iam a causa de uma (im)permanência, a da sua significação, a de uma queda que não é contorno ou substância, mas função de uma existência do sujeito poético abalado pela catástrofe. Mais do que tudo ama-se o amor num crescendo romanesco."Menos contido do que as obras anteriores, este conjunto de poemas persiste em revelar a autora como um nome relevante da sua geração. A escrita de Maria do Rosário Pedreira aproxima-nos, na sua atenção ao mínimo, concreticidade tão feminina, de uma fragilidade emergente perante a instabilidade do Eu. Nessa revolução súbita com a qual o sujeito poético se confronta, vai reconstruindo o mundo. A ideia de amor é, para Agamben, "viver na intimidade de um ser estranho, longínquo e mesmo imperceptível, de tal forma que o seu nome o contenha inteiramente." O amor, neste livro, revela-se como desejo e mal. Até que a voragem do vento o apague no cansaço da dor."Ana Marques Gastão, Diário de Notícias, 3/3/04
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