Este novo título da colecção «O Fio da Navalha» foi alvo de grande interesse pela sua originalidade, desde a sua publicação no Reino Unido. Engendrado como um caso de julgamento em tribunal, vivido na primeira pessoa pela própria ré, o autor soube apresentá-lo como um soberbo thriller. Clarissa é uma mulher de 27 anos, bonita, reservada. Ainda convalescente de um brutal acidente de automóvel, tem de assistir, sentada no banco dos réus, ao seu próprio julgamento por homicídio qualificado. Acusada de ter assassinado o ex-namorado e sócio, assiste aos depoimentos das testemunhas e ao acumular de provas, enquanto a sua vida íntima e a sua relação com o homem que amava vão sendo dissecadas perante a assistência. Vítima de um trauma que lhe roubou a memória dos acontecimentos que precederam o acidente, Clarissa é incapaz de explicar até mesmo o que fazia naquela estrada à hora em que em devia encontrar-se no seu local de trabalho. À medida que o processo se desenrola, Clarissa acha cada vez mais difícil acreditar na sua própria inocência. A intriga é sustentada por uma escrita inteligente e contida, intensa, que flui elegantemente para criar uma atmosfera vívida, tanto das cenas do julgamento como da vida na prisão, entre guardas e presidiárias.
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