Foi sempre entre as dobras da margem (geográfica, social, literária ou cultural) que Arnaldo Saraiva procurou esbater fronteiras no trânsito dos saberes. E porque, como afirmou Heidegger, «uma fronteira não é o ponto onde algo termina, mas, como os gregos reconheceram, a fronteira é onde algo começa a se fazer presente», os trabalhos de Arnaldo Saraiva procuraram sempre a proximidade entre dois universos (Portugal e Brasil, texto original e texto traduzido, legitimidade e marginalidade, artes visuais e artes do tempo…), salientando a diferença que simultaneamente surpreende e aproxima. Foi na esteira destas preocupações fundamentais que se congregaram os textos aqui reunidos, cujas áreas vão da Idade Média à contemporaneidade, da literatura ao cinema e à música, da literatura culta à literatura popular, em Portugal e no Brasil.
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