Desde há alguns anos desenvolveu-se um debate sobre o possível «fim do trabalho». Longe de procurar dar mais uma resposta a esta questão, este livro organiza uma série de reflexões oriundas de vinte anos de pesquisas sobre o tema do trabalho. Ele articula uma experiência sociológica alimentada por pesquisas no terreno com um trabalho epistemológico que incide sobre dois séculos de história das ciências do trabalho. Este diálogo entre a epistemologia e a sociologia do trabalho demonstra a que ponto os debates sociológicos contemporâneos estão ainda marcados pelas difíceis condições da emergência, no início do século xx, das ciências sociais do trabalho. Estas continuam a trazer consigo o legado, muitas vezes sem disso estarem cientes, de uma longa tradição que remonta pelo menos aos finais do sé-culo XVIII. Nesta tradição, o trabalho como objecto social não pode ser dissociado da sua dimensão natural, inicialmente apreendida pela física e, em seguida, pela fisiologia e pela psicofisiologia. A hipótese de base deste livro é a de que se torna necessário um balanço ponderado desta história das ideias para a compreensão das formas modernas do trabalho e dos debates sociais a que dão origem.
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