O campo de concentração que serve de quadro a A Centelha da Vida é puramente imaginário. É nele, porém, que Erich-Maria Remarque decide situar os factos mais concretos, as personagens mais humanas, eternas prisioneiras da ameaça constante do seu desaparecimento. É este, sem dúvida, o tema mais trágico deste livro, essa centelha espiritual sempre prestes a apagar-se, morrendo e renascendo em cada instante, protegida medrosamente por homens encurralados, obrigados sem cessar a recorrer à astúcia para permanecerem homens. Combinando imaginariamente elementos autênticos, Remarque compõe nestas páginas uma lição fundamental: a da precariedade do valor humano. Uma obra notável, numa tradução cuidada de José Saramago.
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