Na noite de 4 de Dezembro de 1980 teve lugar o mais hediondo crime político da história deste país. Minutos após o massacre dos ocupantes do bimotor Cessna 421-A YV-314 P, reunia de emergência a Comissão Política do Partido Social Democrata, donde sairia um comunicado para os órgãos de informação, classificando o atentado de "acidente trágico" e negando a ocorrência de qualquer "acção criminosa". Nessa mesma noite estava encontrado o culpado da tragédia, na pessoa do piloto Jorge de Albuquerque. Dos Açores, o presidente do Governo Regional, Mota Amaral, não perdia tempo e "designava" publicamente para o lugar vago de primeiro-ministro a figura apagada, indefinida e dolorosamente oca de Pinto Balsemão. Em termos estritamente militares diríamos que a "operação Camarate" beneficiou largamente do factor surpresa, tendo-se passado imediatamente à exploração do sucesso. A "Operação" viria, contudo, a desenvolver-se por fases. Metódica, cientificamente planeada e executada, poder-se-ia dizer que havia conseguido produzir o acidente perfeito. Só que, tal como não existe o crime perfeito, também não foi possível fabricar o acidente perfeito...
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