«Alguns autores parecem dar como cousa óbvia a justiça, imparcialidade e isenção dos juízes inquisitoriais, e como fundamentadas, salvo prova em contrário, as acusações que constam das sentenças. […]
É esta uma presunção temerária, porque o processo inquisitorial, como veremos, era secreto, sem apelo, e deixava nas mãos dos inquisidores o poder praticamente absoluto e arbitrário de condenar ou absolver.
E por outro lado o Tribunal do Santo Ofício, que vivia sobre os bens confiscados dos réus e a quem convinha demonstrar que o Judaísmo se multiplicava, era parte interessada nos processos.» Inquisição e Cristãos-Novos é, 50 anos após quatro edições fulgurantes, a melhor introdução a um universo kafkiano que o presente imita sob outras formas.
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