Quando “Escadas de Incêndio” (1959) foi publicado os críticos descreveram-no como uma súmula de casos de estudo em psicologia. Não continha a necessária definição de personagens, e narrativa, para ser considerado um romance.
No entanto o trabalho de Anais Nin viria a ser reconhecido como um de vanguarda no pós-modernismo, negava precisamente essa definição dos “personagens”.
Debruçando-se sobre as próprias relações, através das factualidades contidas nos seus diários, verteu-as em histórias, descrevendo relações intensas, que irrompem e destroem os papeis representados no quotidiano canónico.
Nin argumentava que a constante fuga à experiência emocional criou uma imaturidade nas relações interpessoais, tornando todas as experiências em traumas, dos quais os humanos não aportam força ou desenvolvimento, apenas neurose: são os feéricos momentos de paixão que trazem uma sensação de plenitude do ser, tudo o resto são intervalos desta existência total.
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