Em que consistiria o amor para o homem da Idade Média?Que significado teria o casamento?Envolveriam os casamentos medievais algum sentimento? Estas são algumas das perguntas a que a historiadora Ana Rodrigues Oliveira responde ao longo de um livro fundamental para fazermos o retrato do amor no Portugal medieval. A palavra amor era plural: abrangia o afeto, a amizade, o desejo, a paixão, o erotismo e a sexualidade (hétero e homo). Mas, na época medieval, o amor estava enquadrado na legislação civil e canónica: por um lado, a lei prescrevia quem se devia amar (e como) e, por outro, interditava práticas, pessoas, sentimentos e formas de amar. no entanto, não terá havido na História uma época tão fértil em adultérios e paixões extramatrimoniais quanto a Idade Média. Ao longo deste livro, encontramos muitos amores proibidos e muitas ligações perigosas, o que demonstra que a afetividade e a sexualidade não se conformaram com as austeras disciplinas impostas pela Igreja e pelo poder régio. A realidade do amor medieval (e da sexualidade) revela-se menos austera, menos reprimida e menos uniforme do que pensávamos.
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